Esperança é uma árvore com vento.
Sem acordar penso em nós. Lá fora o sol pinta de verde claro os ramos que as árvores já deitam à primavera.
Março está aí – entre crises e gripes, o mundo arranja sempre forma de se reinventar – e eu penso no que esta nova primavera vai trazer.
No centro da Europa, depois das grandes montanhas do ocidente encontro a resposta.
Há hoje um rebento, uma semente, um despontar de esperança que enche os meus dias de alegria. Uma nova forma de ser que é em si própria definição de amor.
É nessa nova espécie, que os biólogos ainda não catalogaram, que deposito o calor do meu desejo e a alegria do meu ser.
Enquanto sinto em mim uma vontade incrível de reescrever todos os manuais de botânica e redesenhar todos os esboços da viagem de Darwin, sorrio.
Ondula elegante o verde nas folhas que lá fora brilham à brisa da manhã. Dançam com a elegância de quem sabe todas as músicas de memória.
Abro a janela e deixo entrar a cor e o som. Tambem é por isso que tenho em mim todos os sonhos do mundo.