Este texto é para os novos. Os mais velhos sabem quase tudo o que aqui se vai dizer. Mas se quiserem recordar fiquem. No fim, fala-se do que falhou.
Para quem nasceu depois de 1980 o que se vai contar aqui até pode parecer ficção, mas não é. Antes de Portugal entrar para a Europa, faz agora 30 anos, os nossos problemas eram outros, e acreditem, bem piores. O problema de Portugal não é a Europa. A Europa é a nossa sorte desaproveitada.
Só quem é mais jovem é que não se lembra como era aquele Portugal antes de entrarmos para CEE. Quem tem memória, querendo sempre esquecer, só gosta que lhe “contem como foi ” em programas de televisão lamechas e a puxar ao sentimento. De resto é melhor não falar disso. Até aos anos 80, Portugal ainda era aquele país onde era preciso “viver habitualmente”, como Salazar, o nosso “saudoso” ditador, gostava tanto de dizer.
Portugal era então uma espécie de terceiro mundo ocidental. Sem vias de comunicação, sem equipamento social, sem assistência médica, sem cultura e sem esperança (nem de vida). Era tão iletrado e isolado do progresso que basta deixar os factos falar para corarmos de vergonha.
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